Solução para lixo plástico encontrado… no lixo
March 15, 2016
Cientistas do Instituto de Tecnologia de Quioto descobriram uma bactéria que pode decompor o amplamente utilizado material plástico tereftalato de polietileno (PET), possivelmente abrindo um novo capítulo na luta contra os resíduos plásticos.
O PET é frequentemente utilizado em embalagens de alimentos e na fabricação de garrafas plásticas. Cerca de 300 milhões de toneladas de plástico são produzidas anualmente. Desse total, cerca de 56 milhões são usados na fabricação de produtos PET. Atualmente, apenas uma pequena parte disso é reciclada, enquanto o restante acaba como lixo no meio ambiente, principalmente nos oceanos.
Ao conduzirem a sua investigação, os cientistas recolheram 250 amostras de sedimentos, solo e águas residuais de uma fábrica de reciclagem de garrafas PET e procuraram um microrganismo que estivesse a consumir o material PET.
No processo, encontraram alguns micróbios que pareciam decompor uma película de PET, mas descobriram que apenas uma bactéria – a que chamaram “Ideonella sakaiensis 201-F6” – foi responsável pela degradação do PET.
Testes subsequentes mostraram que a bactéria foi capaz de quebrar uma fina película PET em
seis semanas se a temperatura ambiente fosse mantida em 30 graus Celsius. Isso é feito usando duas enzimas principais que decompõem o plástico. Ao final do processo, o PET é convertido em ácido tereftálico e etilenoglicol, ambos não prejudiciais ao meio ambiente.
Comentando a descoberta, o bioquímico Uwe Bornscheuer, da Universidade Greifswald, descreveu-a como uma grande conquista, mas disse que o processo digestivo era lento. Ele não esteve envolvido na pesquisa.
Esta descoberta pode revelar-se um desenvolvimento interessante para a reciclagem de PET. Além da possibilidade de utilizar a bateria para remover resíduos de plástico do meio ambiente (até certo ponto), se o ácido tereftálico puder ser isolado, ele poderá formar a base para a produção de um novo tipo de plástico mais barato, sem o uso de petróleo.
Link para o estudo:
http://science.sciencemag.org/content/351 /6278/1196