Selfies de tubarão mostram comportamento inesperado

Tubarões brancos caçam em florestas de algas Os tubarões brancos ainda são um mistério para os cientistas. Por exemplo, pesquisas anteriores indicaram que os predadores preferem águas abertas e raramente ousam nadar em florestas de algas. Uma nova investigação mostra que alguns tubarões na África do Sul passam muito tempo em florestas de algas, onde podem procurar focas. Desde 2015, engenheiros e pesquisadores do Monterey Bay Aquarium Institute (MBARI) têm trabalhado juntos para desenvolver uma câmera de vídeo de código aberto que permite aos pesquisadores observar o comportamento do Grande Tubarão Branco diretamente em seu ambiente marinho natural. O instrumento inovador, preso à barbatana dorsal do tubarão, permite vislumbrar a vida dos predadores através da recolha de imagens de vídeo. O oceano da perspectiva de um tubarão Pesquisadores na África do Sul usaram uma tecnologia de vídeo cujos recursos foram inspirados no Shark Café Cam do MBARI. Com este sistema fizeram uma descoberta surpreendente sobre o comportamento dos tubarões, que descrevem num artigo recente na revista Biology Letters. Os vídeos mostram o oceano da perspectiva de um tubarão. Observações do comportamento do Grande Tubarão Branco na busca por alimentos mostram que eles geralmente surpreendem suas presas e nadam por baixo para atacar animais como focas e leões marinhos na superfície do mar. No entanto, o novo estudo sugere que os tubarões brancos podem apresentar uma estratégia de caça diferente num habitat anteriormente considerado tabu para estes grandes predadores – a floresta de algas. Os autores salientam que, até onde sabem, este é o primeiro estudo a documentar o uso extensivo e repetido de florestas de algas marinhas pelo tubarão branco. O estudo descreve as interações entre predador e presa neste habitat. A descoberta demonstra como a tecnologia inovadora desenvolvida no MBARI pode ajudar cientistas de todo o mundo a obter novas perspetivas sobre o oceano e os seus habitantes. "Nossos resultados demonstram o poder do vídeo baseado em animais para melhorar nossa compreensão da utilização do habitat de grandes predadores marinhos e para descobrir interações dentro do ambiente marinho." Mais informações: https://www.mbari.org.
Link para o estudo: https: //royalsocietypublishing.org/doi/full/10.1098/rsbl.2019.0085.